Transtornos mentais ocorrem e começam muito cedo, ainda na infância e geralmente apresentam os mesmos estágios e desenvolvimento, independentemente do estilo de vida ou das condições econômicas em que vivem as populações.
A Política Nacional de Saúde Mental, apoiada na lei 10.216/02, busca consolidar um modelo de atenção à saúde mental aberto e de base comunitária. Isto é, que garante a livre circulação das pessoas com transtornos mentais pelos serviços, comunidade e cidade. O município de Canoinhas/SC conta com o Centro de Atenção Psicossocial – CAPS para adultos e um programa de saúde mental para crianças e adolescentes implantado há aproximadamente 10 anos, porém, ainda não regulamentado. Segundo o Ministério da Saúde os CAPS são instituições destinadas a acolher os pacientes com transtornos mentais, estimular sua integração social e familiar, apoiá-los em suas iniciativas de busca da autonomia, oferecer-lhes atendimento médico e psicológico.
Sua característica principal é buscar integrá-los a um ambiente social e cultural concreto, designado como seu território, o espaço da cidade onde se desenvolve a vida quotidiana de usuários e familiares, porém, para implantação do serviço especializado para crianças, adolescentes e jovens (até 25 anos) há critérios, sendo que um deles é população acima de 200 mil habitantes. São tantas novidades nos dias atuais e as transformações sociais contemporâneas alteram os modelos e rotinas tradicionais de família, modificam não só a estrutura de seu funcionamento e organização, mas também as relações, sentimentos e a forma de convivência no ambiente doméstico.
“O uso de drogas é uma das mais importantes sepultadoras dos sonhos da juventude mundial.” (CURY, 2016)
É necessário reafirmar o debate sobre ações voltadas para a identificação dos sintomas, prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde mental da população, inclusive nas especificidades relativas ao uso de álcool e outras drogas e efetivar ações que atendam estas demandas através da implementação de políticas públicas intersetoriais para garantir atuação em uma rede de atenção integral.
“Quantas pessoas prometem que vão abandonar o uso de álcool e outras drogas e traem suas intenções? Suas intenções são desejos e não sonhos.... Já os sonhos são projetos de vida; nem com suor, sangue e lágrimas são abandonados.” (CURY, 2016)
Eu acredito e defendo ações de promoção e prevenção:
A doença mental é tratada sob medicação, com apoio técnico de profissionais da saúde, contudo, profissionais das demais políticas públicas, a família e a comunidade também devem participar.
Deve-se garantir ações intersetoriais nas áreas da educação, assistência social, saúde, justiça, dentre outras com ampla representação dos gestores, trabalhadores, usuários, familiares e sociedade.
Capacitar profissionais de saúde mental e da atenção primária, com vista ao atendimento e acompanhamento das pessoas em sofrimento mental e usuários de álcool e outras drogas, em seu próprio território, mediante ações de prevenção e promoção em Saúde Mental.
Implantar nas escolas das redes públicas e privadas programas de prevenção ao uso de álcool, tabaco e outras drogas em parceria entre as políticas públicas e privadas.
Incentivar a promoção da saúde, a prevenção primária e o diagnóstico precoce dos transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas nas unidades básicas de saúde para abordagens de redução de danos e encaminhamentos para tratamento multiprofissional, quando necessário.
Enfrentar a prescrição indiscriminada de psicofármacos para crianças e adolescentes, através de ampla discussão sobre os riscos de medicalização dessa população.
Garantir a elaboração intersetorial de projetos de promoção, prevenção e reabilitação em saúde, que envolvam setores da sociedade civil, recursos locais e comunitários, os setores da saúde, da assistência social, da educação, esporte, cultura dirigidos à infância e adolescência, de acordo com as legislações vigentes.
Garantir ações intersetoriais para o enfrentamento da problemática do uso abusivo de álcool e outras drogas em todos os níveis de atenção.
Monitorar ações de fiscalização dos órgãos competentes no que se refere à defesa e garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes.
Regulamentar ações e serviços para garantir atenção integral com prioridade absoluta no atendimento assim como a continuidade da assistência indiferente questões político partidárias.
Fontes
CURY, Augusto. Ansiedade 2. Autocontrole: como controlar o estresse e manter o equilíbrio. São Paulo. Benvirá. 2016.
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/acoes-e-programas/conte-com-a-gente
Prédes, Rosa. Dia Mundial da Saúde Mental: Somos sujeitos de direitos. In CFESS Manifesta: Gestão Tempo de Luta e Resistência (2011-2014). CFESS. Brasília (DF) 2014.
Relatório Final IV Conferência Nacional de Saúde Mental – Intersetorial. Brasília (DF) 2011.



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